sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Moinho abandonado, Pigeiros



Moinho abandonado, Pigeiros
Ano: 2019
Acrílico, sobre tela, 60 x 70 cm 




Nas minhas caminhadas diárias, por entre matas, caminhos pedonais e outros, vou encontrando algumas maravilhas do passado ao abandono, no percurso pedonal/trekking de Caldas de São Jorge até à freguesia de Pigeiros, há dois moinhos abandonados, este datado de 1935, de uma beleza rural, ascética, dou por mim a imaginar como teria sido viver naquela época, que histórias lá se passaram e que já caíram no esquecimento Um povo americanizado, um dia só terá histórias da Marvel para contar aos filhos e netos., espero sinceramente que as entidades responsáveis, não deixem desaparecer estes pedaços da nossa História, não são palácios, nem estádios de futebol, mas são verdadeiros monumentos aos nossos antepassados.


Há que elogiar o restauro do moinho do parque da Várzea, um pouco mais a sul, espero que os outros não caiam no esquecimento.









«Não só comecei a desenhar relativamente tarde, como além disso talvez não tenha muitos à minha frente [...] No que diz respeito ao tempo que resta para o meu trabalho, penso que posso assumir, sem me precipitar, que este meu corpo continuará a sua vida, apesar de tudo, ainda durante alguns anos - digamos, entre seis e dez. Sinto-me tanto mais à vontade para assumir isto quanto presentemente não existe ainda um verdadeiro ''apesar de tudo'' na minha vida... Não tenciono poupar-me ou prestar muita atenção a humores ou a problemas - não me interessa muito se tenho uma vida mais longa ou mais curta, e de qualquer forma as mimalhices físicas que um médico possa dar até certo ponto não são muito do meu agrado.

«por isso continuo na minha vida de ignorância, embora haja uma coisa que eu saiba: dentro de poucos anos tenho de ter realizado uma certa quantidade de trabalho; não preciso de me apressar muito, porque isso não traz nada de bom - mas tenho de continuar a trabalhar calma e tranquilamente, com a possível serenidade e de forma tão acertada quanto possível; só me preocupo com o mundo na medida em que tenho uma certa dívida e obrigação, por assim dizer - porque tenho andado a vaguear pelo mundo nestes trinta anos -, de deixar algo em minha memória, desenhos ou pinturas por razões de gratidão, pois não foram feitos para agradar a uma moda qualquer ou para outra coisa que não fosse para exprimir um honesto sentimento humano. Esse trabalho, então, é o meu objectivo [...]


Vincent van Gogh (1853 - 1890)


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