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Ameixoeira em flor




Ameixoeira em flor
Caldas de São Jorge, Abril de 2016
Acrílico sobre tela, 40 x 50 cm 

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Tarde Te Amei

1.Tarde Te amei, oh Beleza tão antiga e tão nova… Tarde Te amei… Trinta anos estive longe de Deus. Mas durante esse tempo algo se movia dentro do meu coração… Eu era inquieto, alguém que buscava a felicidade, buscava algo que não achava… Mas Tu Te compadeceste de mim e tudo mudou porque Tu me deixaste conhecer-Te. Entrei no meu íntimo sob Tua Guia e o consegui porque Tu Te fizeste meu auxílio.


2. Tu estavas dentro de mim e eu fora… «Os homens saem para fazer passeios, a fim de admirar o alto dos montes, o ruído incessante dos mares, o belo e ininterrupto curso dos rios, os majestosos movimentos dos astros. E, no entanto, passam ao largo de si mesmos. Não se arriscam na aventura de um passeio interior». Durante os anos de minha juventude, pus meu coração em coisas exteriores que só faziam me afastar cada vez mais d’Aquele a Quem meu coração, sem saber, desejava… Eis que estavas dentro e eu fora. Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Estavas comigo e não eu Contigo…


3. Mas Tu me chamaste, clamaste por mim e Teu grito rompeu minha surdez… «Me fizeste entrar dentro de mim mesmo… Para não olhar para dentro de mim, eu havia me escondido. Mas Tu me arrancaste de meu esconderijo e me puseste diante de mim mesmo a fim de que eu enxergasse o indigno que era, o quão deformado, manchado e sujo estava». Em meio à luta, recorri a meu grande amigo Alípio e lhe disse: “Os ignorantes nos arrebatam o céu e nós, com toda a nossa ciência, nos debatemos em nossa carne”. Assim me encontrava, chorando desconsolado, enquanto perguntava a mim mesmo quando deixaria de dizer “Amanhã, amanhã”… Foi então que escutei uma voz que vinha da casa vizinha… Uma voz que dizia: “TOMA E LÊ, TOMA E LÊ!”


4. Brilhaste, resplandeceste sobre mim e afugentaste minha cegueira. Então corri à Bíblia, a abri ao acaso e li o primeiro capítulo sobre o qual caiu o meu olhar. Pertencia à carta de São Paulo aos Romanos e dizia assim: «Não em orgias e bebedeiras, nem na devassidão e libertinagem, nem nas rixas e ciúmes. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo» (Rm 13,13s). Aquelas Palavras RESSOARAM dentro de mim. Pareciam escritas por uma pessoa que me conhecia, que sabia da minha vida…


5. Exalaste Teu Perfume e respirei. Agora suspiro por Ti, anseio por Ti… Deus… de Quem separar-se é morrer, de Quem aproximar-se é ressuscitar, com Quem habitar é viver. Deus… de Quem fugir é cair, a Quem voltar é levantar-se, em Quem apoiar-se é estar seguro. Deus… a Quem esquecer é perecer, a Quem buscar é renascer, a Quem conhecer é possuir. Assim foi como descobri a Deus e me dei conta de que no fundo era a Ele, mesmo sem saber, a Quem buscava ardentemente meu coração.


6. Provei-Te, e agora tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me, e agora ardo por Tua Paz. «Deus começa a habitar em ti quando tu começas a amá-Lo». Vi dentro de mim a Luz Imutável, Forte e Brilhante! Quem conhece a Verdade conhece esta Luz. Ó Eterna Verdade! Verdadeira Caridade! Tu és o meu Deus! Por Ti suspiro dia e noite desde que Te conheci. E mostraste-me então Quem eras. E irradiaste sobre mim a Tua Força dando-me o Teu Amor!…


7. E agora, Senhor, só amo a Ti ! Só sigo a Ti ! Só busco a Ti ! Só ardo por Ti !…


8. Tarde te amei! Tarde Te amei, oh Beleza tão antiga e tão nova ! Tarde demais eu Te amei !… Eis que estavas dentro e eu, fora. E fora Te buscava e lançava-me, disforme e nada belo, ante a beleza de tudo e todos que criaste. Estavas comigo e não eu Contigo…Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Chamaste, clamaste por mim e rompeste minha surdez. Brilhaste, resplandeceste e Tua Luz afugentou minha cegueira. Exalaste Teu Perfume e respirando-o, suspirei por Ti, Te desejei. Eu Te provei,Te saboreei, e agora tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me e agora estou ardendo em desejos por Tua Paz !




Santo Agostinho, Confissões 10, 27-29

Ameixoeira em flor




Ameixoeira em flor
Caldas de São Jorge, Março de 2016
Acrílico sobre tela, 40 x 50 cm

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''Se eu for capaz de falar todas as línguas dos homens e dos anjos e não tiver amor, , as minhas palavras são como o badalar de um sino ou o barulho de um chocalho.
Se eu tiver o dom de declarar a palavra de Deus, de conhecer os seus mistérios e souber tudo; e se eu tiver uma fé capaz de transportar montanhas e não tiver amor, não valho nada.
Ainda que eu dê em esmolas tudo o que é meu, se me deixar queimar vivo e não tiver amor, de nada me serve.
O amor é paciente e prestável. Não é invejoso. Não se envaidece nem é orgulhoso.
O amor não tem maus modos nem é egoísta. Não se irrita nem pensa mal.
O amor não se alegra com uma injustiça causada a alguém, mas alegra-se com a verdade.
O amor suporta tudo, acredita sempre, espera sempre e sofre com paciência.
O amor é eterno. As profecias desaparecem; as línguas acabam-se; o conhecimento passa.
Pois tanto as nossas profecias como o nosso conhecimento são imperfeitos.
Quando chegar aquilo que é perfeito, tudo o que é imperfeito desaparece.
Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Depois tornei-me adulto e deixei o modo de ser de criança.
Agora vemos as coisas como num espelho e de maneira confusa. Naquele dia, iremos vê-las frente a frente. Agora o meu conhecimento é imperfeito, mas naquele dia vou conhecer como Deus me conhece a mim. Agora existem três coisas: fé, esperança e amor. Mas a mais importante é o amor.''


Carta de S. Paulo aos Coríntios 
1 CORÍNTIOS 13:1-13

Exposição colectiva - Galeria Zeller



Aspecto parcial da exposição colectiva que decorre na Galeria Zeller, na qual participo,aos que puderem passar por lá, fica a sugestão.