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Moinho abandonado, Pigeiros



Moinho abandonado, Pigeiros
Ano: 2019
Acrílico, sobre tela, 60 x 70 cm 




Nas minhas caminhadas diárias, por entre matas, caminhos pedonais e outros, vou encontrando algumas maravilhas do passado ao abandono, no percurso pedonal/trekking de Caldas de São Jorge até à freguesia de Pigeiros, há dois moinhos abandonados, este datado de 1935, de uma beleza rural, ascética, dou por mim a imaginar como teria sido viver naquela época, que histórias lá se passaram e que já caíram no esquecimento Um povo americanizado, um dia só terá histórias da Marvel para contar aos filhos e netos., espero sinceramente que as entidades responsáveis, não deixem desaparecer estes pedaços da nossa História, não são palácios, nem estádios de futebol, mas são verdadeiros monumentos aos nossos antepassados.


Há que elogiar o restauro do moinho do parque da Várzea, um pouco mais a sul, espero que os outros não caiam no esquecimento.









«Não só comecei a desenhar relativamente tarde, como além disso talvez não tenha muitos à minha frente [...] No que diz respeito ao tempo que resta para o meu trabalho, penso que posso assumir, sem me precipitar, que este meu corpo continuará a sua vida, apesar de tudo, ainda durante alguns anos - digamos, entre seis e dez. Sinto-me tanto mais à vontade para assumir isto quanto presentemente não existe ainda um verdadeiro ''apesar de tudo'' na minha vida... Não tenciono poupar-me ou prestar muita atenção a humores ou a problemas - não me interessa muito se tenho uma vida mais longa ou mais curta, e de qualquer forma as mimalhices físicas que um médico possa dar até certo ponto não são muito do meu agrado.

«por isso continuo na minha vida de ignorância, embora haja uma coisa que eu saiba: dentro de poucos anos tenho de ter realizado uma certa quantidade de trabalho; não preciso de me apressar muito, porque isso não traz nada de bom - mas tenho de continuar a trabalhar calma e tranquilamente, com a possível serenidade e de forma tão acertada quanto possível; só me preocupo com o mundo na medida em que tenho uma certa dívida e obrigação, por assim dizer - porque tenho andado a vaguear pelo mundo nestes trinta anos -, de deixar algo em minha memória, desenhos ou pinturas por razões de gratidão, pois não foram feitos para agradar a uma moda qualquer ou para outra coisa que não fosse para exprimir um honesto sentimento humano. Esse trabalho, então, é o meu objectivo [...]


Vincent van Gogh (1853 - 1890)


Penca para o Natal




A manhã de hoje, foi propicia para plantar penca, a famosa couve da consoada de Natal, com batatas e bacalhau, imprescindível numa mesa, rodeada por aqueles que nos são mais próximos. 
Recordo-me de uma altura em que olhava para o cultivo da terra de soslaio, hoje, sempre que posso lá vou aprendendo umas coisas com os meus pais, que com a sua paciência lá me vão explicando as coisas do campo e das luas certas, mais do que tradições é uma forma de sustento. 



''Obra de uma vida'' de Germano Santos

Assisti à apresentação do livro, ''Obra de uma vida'' de Germano Santos, no Salão Nobre da Junta de freguesia de Santa Maria da Feira, livro esse que conta com fotografia, edição gráfica e design do artista Eduardo de Pinho, a ideia deste livro, vi eu florescer, crescer e tomar vida no atelier de Dinis Mesquita, também em Santa Maria da Feira, é um prazer conviver, discutir arte e outros temas com este trio de artistas e amigos, algumas vezes por semana, grupo este que se conheceu na exposição colectiva e bienal de artistas autodidactas feirenses. 

O Germano, que não me permite que o trate por você, pois é de uma jovialidade incrível ,ainda que conte com 75 Primaveras é um artista autodidacta, antigo jogador do Clube Desportivo Feirense (recordista até aos dias de hoje, 7 golos numa partida), ex bancário, dirigente associativo e autarca.

Exprime-se desde tenra idade, através da pintura, embora a tenha ocultado do público até há bem pouco tempo, este seu percurso de 60 anos, que passa pelo impressionismo, fauvismo, expressionismo, arte naif entre outras correntes, mas com um toque sempre seu, obrigado Germano, por partilhares finalmente  a tua arte.

Aquele abraço.






Noite Branca, Braga 2019

Dei um ''saltinho'' à Noite Branca de Braga, este fim de semana, concertos, exposições, instalações, curtas, etc

Nos concertos, dos que vi e ouvi, a grande surpresa para mim, foram os portuenses Retimbrar, um grupo de música tradicional portuguesa.









E claro, o grande destaque Luís Represas, dos extintos Trovante, muitos braços no ar e as letras na ponta da língua.






Quanto às performances não sou a pessoa mais indicada para comentar, em relação às exposições, gostei muito da exposição ''O Surrealismo na Coleção Fundação Cupertino de Miranda'', na Casa dos Crivos e especialmente desta obra, um Cadavre-exquis de 1936, que teve a mão de André Breton, Tristan Tzara e de mais dois artistas que desconheço. 






Qual turista chinês, sempre de máquina fotográfica  em mão, actualização, smartphone, mas cada vez menos com vontade de registar momentos, não fosse para deixar algumas sugestões aqui no blogue, o jardim do Museu Nogueira da Silva, merece certamente a vossa visita. 






E sem sombra de dúvida, o ponto máximo desta maratona cultural, o  Museu Pio XII










Bom mesmo, é ter amigos de verdade e família, para partilhar estes momentos, a nossa verdadeira rede social, que não é perfeita como o mundo encantado do Facebook, ou do Instagram, mas é real.  






Até um dia Braga, foi bom rever-te.