Aqui há dias, estive a rever algumas fotos que tirei há uns dois anos e meio, nos passadiços das Ribeiras de Fiães, encontrei uma, com um salgueiral no Inverno e lá fui às Ribeiras, constatar o que aconteceu depois deste tempo volvido. A estação é outra é certo, estamos no Outono e a foto que eu tinha, havia sido tirada no Inverno, os salgueiros engrossaram, havia muito mais luz agora, folhagem, ainda que a cair e o charco esse, tinha desaparecido, charcos temporários, acumulação das chuvas do Outono e Inverno, penso eu. Não consegui esperar até Fevereiro, como ainda faltam alguns meses, orientei-me pela fotografia que tinha e decidi recriar este local, na pintura ''Salgueiral no Inverno, Fiães''
Salgueiral no Inverno, Fiães
Ano: 2019
Acrílico sobre tela, 70 x 60 cm
A fotografia abaixo remonta a Fevereiro de 2017
''No Parque das Ribeiras do Uíma predominam os salgueirais de porte arbustivo fisionomicamente dominado pela borrazeira-preta (Salix atrocinerea), ainda que sejam frequentes outras espécies do género Salix. Estão normalmente associados a áreas encharcadiças adjacentes a cursos de água planos e com baixa velocidade da corrente. Os solos onde se desenvolvem tem elevado teor de humidade e possuem um bom horizonte orgânico. Os salgueiros de porte arbóreos (Salix alba e Salix atrocinerea) apresentam um mosaico de árvores onde os salgueiros são mais ou menos dominantes, embora também se podem ver choupos (Populus nigra e Populus alba), carvalhos alvarinho (Quercus robur) e freixos (Fraxinus angustifolia).´´
« Pintar um quadro significa compor. Se existir uma grande sensibilidade, estão criadas condições favoráveis para uma boa concepção artística.»
«Vamos interpretar a natureza; concretizemos as nossas impressões, as nossas experiências, numa estética ao mesmo tempo pessoal e consciente da tradição. O mais forte será aquele que escavar com mais profundidade e conseguir a realização plena - tal como os grandes venezianos.»
«Quis fazer do Impressionismo uma coisa que fosse tão sólida e duradoira como a arte dos museus.»
«A priori, não existem escolas. O factor determinante é a Arte como tal. Um quadro é bom ou mau.»
«Há duas coisas importantes no pintor: o olhar e o cérebro, que devem apoiar-se mutuamente. É necessário aperfeiçoá-los a ambos: o olhar, pelo estudo da Natureza, o cérebro, pela lógica das sensações organizadas que fornecem os meios de expressão.»
«Não existe uma linha, não existe o modelado; existem contrastes. quando a cor atinge a sua riqueza máxima, a forma alcança a sua plenitude.»
«Quis copiar a Natureza e não consegui. Mas fiquei contente comigo próprio, quando descobri que, por exemplo, não é fácil reproduzir o sol, que é necessário dar-lhe expressão de qualquer outra forma... pela cor.»
«O meu código é o realismo. Mas um realismo cheio de grandeza, inconsciente. O heroísmo do real.»
Paul Cézanne (1839 - 1906)