terça-feira, 31 de março de 2020

Tarde Te Amei

1.Tarde Te amei, oh Beleza tão antiga e tão nova… Tarde Te amei… Trinta anos estive longe de Deus. Mas durante esse tempo algo se movia dentro do meu coração… Eu era inquieto, alguém que buscava a felicidade, buscava algo que não achava… Mas Tu Te compadeceste de mim e tudo mudou porque Tu me deixaste conhecer-Te. Entrei no meu íntimo sob Tua Guia e o consegui porque Tu Te fizeste meu auxílio.

2. Tu estavas dentro de mim e eu fora… «Os homens saem para fazer passeios, a fim de admirar o alto dos montes, o ruído incessante dos mares, o belo e ininterrupto curso dos rios, os majestosos movimentos dos astros. E, no entanto, passam ao largo de si mesmos. Não se arriscam na aventura de um passeio interior». Durante os anos de minha juventude, pus meu coração em coisas exteriores que só faziam me afastar cada vez mais d’Aquele a Quem meu coração, sem saber, desejava… Eis que estavas dentro e eu fora. Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Estavas comigo e não eu Contigo…

3. Mas Tu me chamaste, clamaste por mim e Teu grito rompeu minha surdez… «Me fizeste entrar dentro de mim mesmo… Para não olhar para dentro de mim, eu havia me escondido. Mas Tu me arrancaste de meu esconderijo e me puseste diante de mim mesmo a fim de que eu enxergasse o indigno que era, o quão deformado, manchado e sujo estava». Em meio à luta, recorri a meu grande amigo Alípio e lhe disse: “Os ignorantes nos arrebatam o céu e nós, com toda a nossa ciência, nos debatemos em nossa carne”. Assim me encontrava, chorando desconsolado, enquanto perguntava a mim mesmo quando deixaria de dizer “Amanhã, amanhã”… Foi então que escutei uma voz que vinha da casa vizinha… Uma voz que dizia: “TOMA E LÊ, TOMA E LÊ!”

4. Brilhaste, resplandeceste sobre mim e afugentaste minha cegueira. Então corri à Bíblia, a abri ao acaso e li o primeiro capítulo sobre o qual caiu o meu olhar. Pertencia à carta de São Paulo aos Romanos e dizia assim: «Não em orgias e bebedeiras, nem na devassidão e libertinagem, nem nas rixas e ciúmes. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo» (Rm 13,13s). Aquelas Palavras RESSOARAM dentro de mim. Pareciam escritas por uma pessoa que me conhecia, que sabia da minha vida…

5. Exalaste Teu Perfume e respirei. Agora suspiro por Ti, anseio por Ti… Deus… de Quem separar-se é morrer, de Quem aproximar-se é ressuscitar, com Quem habitar é viver. Deus… de Quem fugir é cair, a Quem voltar é levantar-se, em Quem apoiar-se é estar seguro. Deus… a Quem esquecer é perecer, a Quem buscar é renascer, a Quem conhecer é possuir. Assim foi como descobri a Deus e me dei conta de que no fundo era a Ele, mesmo sem saber, a Quem buscava ardentemente meu coração.

6. Provei-Te, e agora tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me, e agora ardo por Tua Paz. «Deus começa a habitar em ti quando tu começas a amá-Lo». Vi dentro de mim a Luz Imutável, Forte e Brilhante! Quem conhece a Verdade conhece esta Luz. Ó Eterna Verdade! Verdadeira Caridade! Tu és o meu Deus! Por Ti suspiro dia e noite desde que Te conheci. E mostraste-me então Quem eras. E irradiaste sobre mim a Tua Força dando-me o Teu Amor!…

7. E agora, Senhor, só amo a Ti ! Só sigo a Ti ! Só busco a Ti ! Só ardo por Ti !…

8. Tarde te amei! Tarde Te amei, oh Beleza tão antiga e tão nova ! Tarde demais eu Te amei !… Eis que estavas dentro e eu, fora. E fora Te buscava e lançava-me, disforme e nada belo, ante a beleza de tudo e todos que criaste. Estavas comigo e não eu Contigo…Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Chamaste, clamaste por mim e rompeste minha surdez. Brilhaste, resplandeceste e Tua Luz afugentou minha cegueira. Exalaste Teu Perfume e respirando-o, suspirei por Ti, Te desejei. Eu Te provei,Te saboreei, e agora tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me e agora estou ardendo em desejos por Tua Paz !


Santo Agostinho, Confissões 10, 27-29



sábado, 28 de março de 2020

sexta-feira, 27 de março de 2020

Torre de observação de aves, parque das Ribeiras de Fiães




Torre de observação de aves,
parque das Ribeiras de Fiães
Ano: 2020
Acrílico sobre tábua, 44 x 46, 5 cm


Esta torre, de observação de aves, no parque das Ribeiras de Fiães, uma construção tão simples e que no entanto enriquece este local, porto de abrigo de enamorados e local de aventuras para os mais pequenos, quase uma reminiscência das aventuras de Tom Sawyer.



terça-feira, 24 de março de 2020

Pavão Diurno




Pavão Diurno, 
passadiços das Ribeiras de Fiães
Ano: 2020
Acrílico sobre tábua, 44 x 46, 5 cm


O Pavão diurno, é uma borboleta que encontro várias vezes nas Ribeiras de Fiães, fiz este pequeno apontamento.



segunda-feira, 23 de março de 2020

Uma casa em ruínas, passadiços das Ribeiras de Fiães




Uma casa em ruínas,
passadiços das Ribeiras de Fiães
Ano: 2020
Acrílico sobre tela, 50 x 60 cm


sexta-feira, 20 de março de 2020

Song for the Unification of Europe - Zbigniew Preisner,

Um dos meus compositores preferidos de há muito tempo, Zbigniew Preisner, partilho este tema ''Song for the Unification of Europe'', se a tradução da letra estiver correcta é da carta de S. Paulo aos Corintios, bem a propósito do que estamos a viver. Espero que a Europa se mantenha unida e que superada esta crise, os países não se fechem em si mesmos, abrindo as portas a ideologias nacionalistas de tendência de extrema direita, há quem beneficie com a divisão da Europa, dividir para reinar, parece ser o lema de um determinado país que se acha senhor do mundo e a Europa de joelhos, permite que esse país venha para a nossa Europa brincar com as suas armas, mostrando o quão forte é perante um ''possível adversário'' que também é nosso irmão.

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''Se eu for capaz de falar todas as línguas dos homens e dos anjos e não tiver amor, , as minhas palavras são como o badalar de um sino ou o barulho de um chocalho. 
Se eu tiver o dom de declarar a palavra de Deus, de conhecer os seus mistérios e souber tudo; e se eu tiver uma fé capaz de transportar montanhas e não tiver amor, não valho nada. 
Ainda que eu dê em esmolas tudo o que é meu, se me deixar queimar vivo e não tiver amor, de nada me serve.
O amor é paciente e prestável. Não é invejoso. Não se envaidece nem é orgulhoso. 
O amor não tem maus modos nem é egoísta. Não se irrita nem pensa mal. 
O amor não se alegra com uma injustiça causada a alguém, mas alegra-se com a verdade. 
O amor suporta tudo, acredita sempre, espera sempre e sofre com paciência. 
O amor é eterno. As profecias desaparecem; as línguas acabam-se; o conhecimento passa. 
Pois tanto as nossas profecias como o nosso conhecimento são imperfeitos. 
Quando chegar aquilo que é perfeito, tudo o que é imperfeito desaparece. 
Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Depois tornei-me adulto e deixei o modo de ser de criança.
Agora vemos as coisas como num espelho e de maneira confusa. Naquele dia, iremos vê-las frente a frente. Agora o meu conhecimento é imperfeito, mas naquele dia vou conhecer como Deus me conhece a mim. Agora existem três coisas: fé, esperança e amor. Mas a mais importante é o amor.''

A letra se estiver correctamente traduzida é da carta de S.Paulo aos Coríntios






quarta-feira, 18 de março de 2020

Um par de botas




Um simples par de botas... 



terça-feira, 17 de março de 2020

Quarentena




Estou em quarentena preventiva, uma semana volvida, vão surgindo obras novas, a obra com céu amarelo em baixo, a que está por detrás de mim, na parede e uma outra, que reservo para breve. 
A todos os que passam por este blogue desejo que tudo vos corra bem, neste batalha contra o ''Covid-19''. Estaremos todos por cá, quando isto terminar? Não sei, mas é nosso dever cultivar a beleza, não falo da beleza  fútil e fugaz, mas a que nos torna melhores seres humanos. 





sábado, 7 de março de 2020

Santo António e o Menino (visão cubista)

Usando como modelo uma pequena estatueta esculpida em madeira, criei esta obra:

Santo António e o Menino
Ano: 2020
Acrílico sobre tela, 60 x 50 cm







quinta-feira, 5 de março de 2020

Santo António e o Menino

Depois de ter encontrado e adquirido uma pequena estatueta de madeira, na época de Natal, representando Santo António e o Menino Jesus, esculpida em linhas arcaicas, levei a cabo uma serie de esboços que posteriormente me apoiaram na obra Santo António e o Menino (a apresentar em breve).

Alguns dos esboços:
















Oração a Nossa Senhora do Sorriso



Ó Maria, Mãe de Jesus e nossa, que com um claro sorriso vos dignastes consolar e curar vossa filha Santa Terezinha do Menino Jesus da depressão, devolvendo-lhe a alegria de viver e o sentido da sua existência em Cristo Ressuscitado. Ó Virgem do Sorriso, olha com maternal afeto para tantos filhos e filhas que sofrem com a depressão, transtornos e síndromes psiquiátricas e males psicossomáticos. Que Jesus Cristo cure e dê sentido à vida de tantas pessoas, cuja existência às vezes está deteriorada. Maria, que seu belo sorriso não deixe que as dificuldades da vida obscureçam nosso ânimo. Sabemos que só seu filho Jesus pode satisfazer os anseios mais profundos do nosso coração. Maria, mediante a luz que brota de seu rosto, transparece a misericórdia de Deus. Que seu olhar nos acaricie, e nos convença que Deus nos ama e nunca nos abandona, e a sua ternura renove em nós a autoestima, a confiança nas próprias capacidades, o interesse pelo futuro e o desejo de viver feliz. Que os familiares dos que sofrem com a depressão ajudem no processo de cura, nunca os considerando farsantes da enfermidade com interesses de comodidade, mas os valorizem, escutem, compreendam e os animem. Virgem do Sorriso alcança-nos de Jesus a verdadeira cura e livra-nos de alívios temporários e ilusórios. Curados, comprometemo-nos a servir com alegria, disposição e entusiasmo Jesus como discípulos missionários, com nosso testemunho de vida renovada. Amém.



Alguns apontamentos cubistas
















Do meu último caderno de esboços, alguns apontamentos cubistas para uma natureza morta.